Ursula Rösele
Desfile Divercidade - poesia manifesto
Fui convidada para escrever dois textos para o Desfile Divercidade, conduzido pelo meu amigo e colega de trabalho, Aldo Clécius. Foi uma noite muito bonita, na Praça Sete, lugar central de Belo Horizonte, ocupado por pessoas tão diversas quanto as que desfilaram. O desfile contemplou a diversidade de corpos, gêneros, raças. Mulheres negras, brancas, trans, mulheres plus size, mulheres com síndrome de down, homens, gays, travestis. Dentre todes, duas mulheres, Élida Silpe (amiga do coração) e Laura Martins (@cadeiravoadora), que leram meus textos. O primeiro segue abaixo, uma poesia-manifesto, que foi lida pela Élida:
Eu
Eu sou
Eu é
Hoje, de pé
Inteira, presente
Eu sou e estou e meu corpo é meu
Minha pele é Brasil e meu tom é da luta
Expulsa meu eu da tua voz adversária
E canta o som da liberdade
De ser eu
De ser você
Hoje, inteira, inteiro, diversi
Com i, fora da gramática tradicional
Tradição é ruptura
Ser, sermos, como viemos e como nos tornamos
Porque meu ser é hoje
Minha causa é agora
Meu corpo é político,
Meu grito é política
Desfilo, desviro, descubro
Diversa sou eu
Diverso é o meu corpo
E meu corpo
É a cidade